Polícia DF |
Durante a prisão, foram apreendidos vários cheques, agendas
com nomes de clientes e fornecedores, além de vales que eram dados a clientes
dos cassinos quando esses não tinham mais dinheiro. De acordo com o delegado
adjunto da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), Fernando Cocito,
depois da prisão de Cachoeira, em fevereiro, Arnaldo Rúbio Junior se tornou o
maior operador de jogos ilegais de Goiás.
“A Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, havia deixado
claro que Arnaldo já disputava território com Carlinhos Cachoeira. Com a prisão
de Cachoeira, ele ficou livre para expandir seus negócios”, disse Cocito. “Há
dois anos, Arnaldo prestava conta com grupo de Cachoeira, mas com a prisão do
líder ele continuou no negócio sozinho”, acrescentou.
O delegado informou que, ao ser preso, Arnaldo disse que
disputa o mercado de jogos de azar em Goiás com parentes de Carlinhos
Cachoeira. Cocito acredita que, apesar de preso, Cachoeira mantém o comando de
vários pontos de jogos ilegais no estado.
Cocito disse que, depois da prisão de várias pessoas ligadas
a Cachoeira durante a primeira etapa da Jackpot, no mês passado, foi obtida
informações que levaram a Polícia até Arnaldo Junior. Segundo as investigações,
ele era o responsável por enviar e fazer a manutenção de máquinas caça-níquel
na capital federal. Para viabilizar o jogo clandestino no DF, Arnaldo Junior
também financiava a abertura de cassinos.
“Para que o sujeito abrisse uma casa de jogos aqui no DF,
ela recebia dos contraventores, pelo menos, R$ 10 mil. Esse era o valor para
abertura do cassino, além de todo o material, que era trazido em grandes
caminhões para cá”, disse Cocito. De acordo com ele, em apenas cinco dias de
funcionamento dessas casas, a organização conseguia recuperar o investimento feito.
Segundo o delegado adjunto da Deco, nos dois inquéritos
abertos para investigar a existência de jogos de azar no DF, a polícia tem
buscado enquadrar os criminosos não apenas na prática da contravenção, que tem
uma pena mais branda, mas na de tipos penais como lavagem de dinheiro, crime
contra a economia popular e contrabando, incluindo no inquérito indícios e
provas dessas práticas.
“Com o cerco [aos jogos de azar] no Entorno, eles vieram
para cá, tentaram a sorte aqui, mas o recado nosso é este: responderão por
lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular, formação de quadrilha.
Estamos deixando o recado bem claro de que não são bem-vindos aqui, nunca
foram, e que estaremos bem próximos deles”, disse Cocito.
De acordo com a Polícia Civil do DF, são considerados
foragidos Walmir José da Rocha e Edvaldo Ferreira Lemos. Os dois são apontados
pela polícia como gerentes de cassinos clandestinos no DF. A operação em
Goiânia foi realizada com o conhecimento da Justiça e da Secretaria de
Segurança Pública de Goiás, segundo informou Cocito.
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