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Problemas do coração
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Segundo o presidente da Sobrac,
Adalberto Lorga Filho, mais do que chamar a atenção para a doença e as suas
consequências, a campanha quer conscientizar a população sobre a importância de
boas práticas de saúde, como a atividade física regular e a consulta periódica
a um profissional especializado. As recomendações incluem controle de peso, da
pressão arterial e do diabetes, além de alimentação com pouco sal.
Doença silenciosa com incidência
maior no sexo masculino, a arritmia cardíaca é responsável por 80% a 90% dos
casos de morte súbita. A prevalência maior se dá na faixa etária entre 45 e 75
anos. A doença também acomete pessoas na faixa etária mais produtiva da vida e
de muitos atletas, geralmente jovens e saudáveis.
Segundo o cardiologista e
arritmologista José Sobral Neto, a falta de informação atrapalha muito a
prevenção. Quando o problema aparece em pessoas até 35 anos de idade,
normalmente, a origem é genética. “ As pessoas nessa faixa etária, que têm
casos na família, devem ficar atentas e fazer exames preventivos uma vez por
ano”, explica. O médico diz ainda que muitas vezes os pacientes subestimam
alguns sintomas, como tonturas, desmaios e dores e não procuram o médico para
investigar melhor o que aconteceu. " Isso é um erro", alerta.
Entre os cardiologistas, um
exemplo clássico de que uma arritmia pode levar à morte súbita é o caso do
jogador Sérginho, do São Caetano do Sul, que morreu durante uma partida de
futebol em 2004. Mais recentemente, a jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei
Feminino Dani Lins foi diagnosticada com arritmia cardíaca, causada por uma
virose. A atleta teve o problema superado e voltou à treinar normalmente. No
entanto, em alguns casos mais severos e, caso seja um atleta de alto
desempenho, pode ser necessária a interrupção da prática esportiva.
Durante o Heart Rhythm Society
(HRS) 2012, congresso internacional sobre arritmias cardíacas, foi apresentado
um estudo sobre a segurança da prática esportiva para atletas que implantaram
um desfibrilador. O equipamento converte todos os episódios de taquicardia por
meio de um choque direcionado ao coração. Dos 372 pacientes acompanhados,
apenas sete apresentaram parada cardiorrespiratória. Todos resolveram o
problema que foi revertido com sucesso pelos choques do equipamento.
“Este registro abre novos
horizontes para a melhor compreensão da história natural das doenças desses
pacientes, bem como novas perspectivas no tratamento de atletas, não só
prolongando a sobrevida, mas também preservando a qualidade de vida",
avalia do Bruno Valdigem, especialista em eletrofisiologia clínica e invasiva
pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.
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